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IMPRESSÃO 3D E DOSIMETRIA EM CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA VIADRATIGO
Figura 3: Segmentação e conversão para Figura 4: Impressão do modelo.
o formato adequado para a impressora.
A TAC retratou uma discrepância nos tamanhos do lado esquerdo e direito da
artéria pulmonar onde o lado direito é muito mais pequeno em comparação
ao esquerdo (Figura 5). Adicionalmente, ilustrou a estenose pulmonar corri-
gida (Figura 6).
Tendo em conta os defeitos Figura 5: TAC evidencia a dispari-
deste caso, a divisão em coração dade dos tamanhos do lado esquer-
esquerdo (que inclui a aorta as- do e direito da artéria pulmonar (cír-
cendente e descendente, a aurícu- culos e setas azuis). Vista Axial.
la esquerda, o ventrículo esquerdo e
as respetivas válvulas) e em coração direito Figura 6: TAC demonstra as cor-
(veias cavas, artéria pulmonar, aurícula direi- -reções cirúrgicas da saída do
ta, ventrículo direito e respetivas válvulas) é ventrículo direito. Vista Sagital.
suficiente (Figura 7, Figura 8, Figura 9 e Figura
10).
Após o processo de segmentação ter sido con-
cluído, foram impressos os modelos resultantes
dos dois segmentos (Figura 11, Figura 12, Figura
13 e Figura 14).
Os médicos sublinharam a qualidade de seg-
mentação, precisão e detalhe que o modelo do
coração conseguiu representar. O objetivo prin-
cipal para os médicos foi cumprido: ter uma re-
presentação exata de um coração pediátrico com
uma cardiopatia congénita.
De forma complementar, é possível utilizar os da-
dos para ter uma estimativa da quantidade de radia-
ção administrada na TAC. No processo de segmenta-
ção, criamos um modelo oco baseado no tecido mole que
envolve os segmentos do coração esquerdo e direito. Por-
tanto, ao ter um modelo oco que se baseia no contorno do
coração, é possível posicionar dosímetros nas cavidades ocas
e ter medições da quantidade de radiação que o tecido absorveu
durante o procedimento, específicas à anatomia do paciente.
Atualmente, a utilização da impressão 3D em medicina está limitada ao
planeamento de cirurgias e para ensino de anatomia. Contudo, com os
avanços desta tecnologia, o tratamento de cardiopatias congénitas pode-
ria sofrer uma revolução com a incorporação de dispositivos específicos
desenhados a partir da anatomia do paciente, tais como homoenxertos,
shunts, ou válvulas prostéticas. Uma vez que estes equipamentos são ade-
quados à anatomia de cada paciente, reduziriam a frequência de falha e
complicações pós-procedimento que advêm dos dispositivos.
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